15/05/2007
Agradecimento à seleção masculina de handebolAo
entrevistar cientistas estrangeiros, de vez em quando, você pega um
apaixonado pelo Brasil. É sempre uma experiência legal. Faz bem para a
auto-estima quando você vê um pesquisador importante valorizando a
existência do seu país.
O amor pelo Brasil quase sempre vem de
duas fontes: as belezas naturais e o futebol. No primeiro caso, quase
sempre a admiração vem de cientistas que estudam o meio ambiente, por
razões mais que óbvias. Já entrevistei um pesquisador que estava muito
mais interessado em me contar sobre a excelente viagem que fez a
passeio pela Amazônia, sobre como ele gostou de andar de caiaque e
sobre as lindas fotos que tirou, do que sobre os resultados de sua
pesquisa.
O segundo caso é mais raro, mas acontece.
Principalmente em Copa do Mundo. Você quer saber dos últimos resultados
da pesquisa contra o câncer, e o cara quer saber se você acha que o
Kaká é melhor que o Cristiano Ronaldo.
Já peguei pesquisadores
dos dois tipos, e mais alguns outros que gostavam do Brasil por
diversos outros motivos (“Rio is a beautiful city!”). Mas hoje foi a
primeira vez que eu entrevistei um apaixonado pelo Brasil pelo seu...
handebol.
Isso mesmo. O alemão Bjorn Brembs, que detectou sinais
de livre arbítrio nas moscas-de-fruta,
é um entusiasta do handebol brasileiro. Também jogador, ele é amigo
pessoal do preparador físico da seleção brasileira, Marcos Antônio
Cezar, e se orgulha de conhecer o goleiro Alexandre Murelli (que, me
perdoem meninos, eu nunca ouvi falar).
O amor ao handebol
brazuca do cientista me rendeu uma bela entrevista, que começou com ele
declarando sua paixão pelo nosso país (que já visitou algumas vezes).
Brembs foi tão bacana que registrou a entrevista em seu
blog e até foi atrás de mais informações sobre o
G1 para acrescentar por lá.
Retribuindo a gentileza, Brembs é citado agora aqui, no nosso
Tubo de Ensaio. Aliás, se você gostar de neurociência (ou handebol) e falar inglês, vale a pena conferir o
site dele (logo na tela de entrada você parece estar em uma página de fãs de Caverna do Dragão, e não de um cientista).
Para
terminar, fico com a citação que Brembs destaca no blog, do físico
americano Richard Feynman: “A ciência é como o sexo. Às vezes algo útil
sai dela, mas essa não é a razão pela qual estamos praticando.”
;)
Marília Juste
comentários (5) | Permalink